Comentário ao Evangelho do Domingo de São Pedro e São Paulo - Missa da Vigília (Jo 21,15-19)
- Diocese de Divinópolis
- 3 de jul. de 2016
- 3 min de leitura

Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”.
17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.
18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”.
19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.
Comentário do Padre Guilherme
Esta passagem descreve uma manifestação de Jesus aos discípulos após a ressurreição. A mesma pergunta repetida por três vezes foi como que um alerta a Pedro, que tinha uma tendência a deixar-se conduzir mais pelas emoções. Foi também oportunidade de reparação das três negativas quando Jesus foi preso antes de ser condenado e morrer crucificado. E também para que ele tomasse mais consciência e confessasse seu arrependimento. A cada repetição, a questão foi sendo mais meditada e refletida. O amor é o caminho do arrependimento e do perdão dos pecados.
Amar a Deus é tomar parte no Seu projeto e na Sua missão. A vida apostólica dos discípulos (e também de todos que seguem Jesus) só tem sentido se estiver ligada à missão de Jesus. Somente o amor sem reservas possibilita o cumprimento dessa tarefa de seguimento. O amor é a alma da missão.
Jesus profetizou com que morte Pedro ia glorificar a Deus: com entrega total da vida, consumindo-se pela missão. Todo esforço e dedicação de vida em favor dessa missão é motivo de glorificação de Deus.
É marcante nas Escrituras a figura do pastor. Em passagens do Antigo Testamento, essa representação estava relacionada a Deus. A partir do Novo Testamento, se voltou para Jesus. Especificamente neste trecho do Evangelho de João, a função do pastoreio foi entregue a Pedro.
O líder dos apóstolos é um sinal do contraste entre a pobreza humana e a importância da missão. Ele é o alicerce da Igreja não por si mesmo, mas pela graça divina. Toda força humana, no fundo, vem de Deus.
O convite de Jesus foi a um pastoreio verdadeiro. Diferente de um simples empregado, o verdadeiro pastor defende suas ovelhas sendo capaz até de dar sua vida por elas. O apóstolo Pedro passou a ser expressão visível de um Cristo invisivelmente presente. É essa a função de todo aquele que recebe a responsabilidade de conduzir a Igreja. O pastor doa a própria vida ao Senhor, chegando mesmo ao martírio, com a morte para as riquezas e materialismos da vida terrena. Deixando o que é passageiro para buscar a vida eterna em Cristo.
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.
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