Comentário ao Evangelho do 6º Domingo da Páscoa (Jo 14,23-29) - 01/05/16
- Diocese de Divinópolis
- 1 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
23“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada.
24Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.
25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco.
26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
28Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.
Comentário do Padre Guilherme
Este trecho do Evangelho de João é parte dos discursos de despedida de Jesus aos Seus discípulos. Mais ou menos como uma instrução para que eles soubessem como agir a partir da morte e ressurreição do Mestre. É uma garantia de que todo aquele que guardar a palavra será preenchido pela força de Deus.
O que Jesus diz não é d’Ele apenas, mas vem de Deus Pai. Também aparece nestas falas a promessa do envio do Espírito Santo. Muitos dos ensinamentos de Jesus não foram totalmente compreendidos pelos discípulos. Eles eram quase todos pessoas muito humildes e sem estudos. É a força do Espírito que os revestiu depois e os capacitou para que pudessem alcançar a compreensão plena da verdade de Deus.
Além do Espírito, Jesus deixou também Sua paz. O sentimento de paz é sinal da presença divina. Quem está com Deus, mesmo atravessando provações e dificuldades, consegue sentir uma tranquilidade que vem da confiança na providência divina.
A dor da separação pela morte certamente iria entristecer os discípulos. Sempre que alguém que é querido vem a falecer, isso traz angústia. Mas a partida de Jesus, com Sua morte redentora, trouxe depois, na ressurreição, uma alegria infinitamente maior que a tristeza pela Sua morte. Amar a Deus plenamente pode levar o ser humano a conseguir enxergar mais o futuro. E isso, embora não apague a tristeza e a dor da perda, pode trazer uma esperança na vida eterna. É força para seguir em frente.
Diante das coisas que iriam ocorrer dali em diante, Jesus afirmou a importância de não esquecer Seus ensinamentos. Mesmo sofrendo, a instrução era de permanecer na fé e na esperança.
Este ensinamento que foi dado aos discípulos tem grande serventia para nós hoje. No fim das contas, a morte não é motivo para se sentir apenas tristeza e dor pela separação. É necessário, justamente devido à promessa de Jesus, alimentar a confiança na vida eterna. Conservar essa esperança, baseando-se apenas em nossas capacidades humanas, certamente é impossível. Mas, se nos revestirmos da força do Espírito Santo, conseguiremos compreender plenamente o que Jesus ensinou.
Pensando na celebração de Pentecostes que se aproxima, procuremos reconhecer a presença do Espírito Santo em nossa vida. É preciso tomar posse dessa presença, assumindo essa força capaz de nos levar a viver de uma maneira totalmente nova, livres da insegurança, tristeza, desânimo e falta de fé que tanto nos oprimem. Com Jesus e na força do Espírito de Deus, tudo pode ser renovado e transformado para melhor.
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.
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