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Comentário ao Evangelho do Domingo de Ramos e Paixão do Senhor (Lc 23,1-49) - 20/03/16

  • Diocese de Divinópolis
  • 20 de mar. de 2016
  • 6 min de leitura

Naquele tempo, 1toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei”. 3Pilatos o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu, declarando: “Tu o dizes!” 4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: “Não encontro neste homem nenhum crime”. 5Eles, porém, insistiam: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”. 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: “Este homem é galileu?” 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. 10Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. 13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: 14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. [17]18Toda a multidão começou a gritar: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!” 19Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!” 22E Pilatos falou pela terceira vez: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam – aquele que fora preso por revolta e homicídio – e entregou Jesus à vontade deles. 26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. 30Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós!’ e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?” 32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!” 36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!” 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” 40Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. 42E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. 43Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Dizendo isso, expirou. 47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo: “De fato! Este homem era justo!” 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas.

— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

Comentário do Padre Guilherme

O trecho conta sobre o processo de julgamento, condenação, crucificação e morte de Jesus. A multidão que O levou a Pilatos era liderada e estimulada pelos chefes religiosos dos judeus. O que Jesus ensinava iria acabar levando o povo a entender que a situação privilegiada desses importantes da religião não era justificável. Assim, não seriam mais respeitados e perderiam seu poder e influência. Para evitar que isso acontecesse, esses homens trataram de arranjar motivos pelos quais Jesus pudesse ser condenado. Assim argumentavam que Ele, proclamando-Se messias, estaria se equiparando ao rei. E que, por motivos religiosos, estaria convidando o povo a boicotar a administração romana recusando o pagamento de impostos. Os chefes judeus queriam eliminar Jesus com argumentação política e não religiosa. Porque, da parte religiosa, certamente iria ocorrer reação do povo, que havia testemunhado muito as ações sobrenaturais e os ensinamentos de fé de Jesus.

As duas autoridades políticas, o procurador romano da Judeia, Pôncio Pilatos, e o príncipe asmoneu que tinha jurisdição da Galileia, Herodes Antipas, não tinham como negar a inocência política de Jesus.

Durante todo o tempo, Pilatos reconheceu que Jesus não havia cometido nenhum crime. Ele não queria se envolver na questão. Tinha receio de condenar um inocente. Por outro lado, se não condenasse, as lideranças religiosas da região, que estavam sob seu governo ficariam contra ele, o que poderia lhe trazer incômodos. Ao ouvir que Jesus era galileu, tentou jogar a responsabilidade para Herodes, que era a autoridade judaica local. Mas, diante do silêncio de Jesus, que ignorava as muitas perguntas de Herodes, o governante mandou-O de volta a Pilatos.

Pilatos ficou numa situação constrangedora. Não podia escapar desse julgamento. Assim, reunindo sumos sacerdotes e chefes do povo, tentou esquivar-se da condenação, argumentando inclusive que Herodes também não havia condenado. Tentou resolver a situação determinando um simples castigo e libertando Jesus. As autoridades religiosas preferiam que fosse solto um criminoso chamado Barrabás. Pilatos atendeu a esse pedido e também lhes entregou Jesus, covardemente, para que eles mesmos decidissem o que fazer.

Começou então o caminho de Jesus para a cruz. Chama a atenção o fato de Jesus em momento algum ter argumentado ou recusado Sua condenação. Aceitou tudo em silêncio e, nas poucas vezes que disse alguma coisa, sempre era com intenção de ensinamento ou pedindo misericórdia de Deus para Seus algozes. Às mulheres que choravam, disse que haveria motivos mais preocupantes pelos quais elas deveriam chorar: a conversão delas e de seus filhos.

Crucificaram Jesus entre dois criminosos na intenção de darem a Ele a condição também de malfeitor diante do povo. Jesus pedia perdão a Deus para essas pessoas, porque não agiam por si próprios, mas eram manipulados pelos interesses maus dos mestres da lei.

O sorteio de Suas vestes, como outros detalhes presentes no texto, podem ser entendidos como cumprimento do que era dito nas Escrituras (Sl 22,19; Sl 69,22; Zc 12,10; Sl 38,12). Se os chefes religiosos ironizavam e humilhavam Jesus, o povo permanecia assistindo em silêncio.

A cortina do santuário era um tecido que protegia e restringia, no templo de Jerusalém, o acesso ao santo dos santos, local onde ficava a arca da aliança e era tido como lugar de Deus. O fato dela ter-se rasgado significava que o acesso a Deus tinha sido aberto a todos pela morte redentora de Jesus. Se antes apenas algumas pessoas podiam ter o privilégio da presença de Deus, e isso era expresso na restrição de entrada nesse recinto sagrado, agora todos poderiam desfrutar da presença divina.

A última fala de Jesus é citação do Salmo 31, versículo 6, ao qual é acrescentado a invocação “Pai”. É uma fala que demonstra confiança e entrega de Seu destino nas mãos do Criador. E também uma proximidade e intimidade com Deus como a que se tem de alguém que na vida é muito querido, a figura paterna.

Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.

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