Comentário ao Evangelho do 2º Domingo do Advento (Lc 3,1-6) - 06/12/15
- Diocese de Divinópolis
- 5 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

1No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes administrava a Galileia, seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide, e Lisânias a Abilene;
2quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.
3E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados,
4como está escrito no Livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas.
5Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados.
6E todas as pessoas verão a salvação de Deus’”.
— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.
Comentário do Padre Guilherme
Para falar da história de Jesus, Lucas apresenta antes aquele que abriu caminho para a missão do Messias. O evangelista situa bem em que tempo João Batista começou a convidar as pessoas à conversão e a estar preparados para a salvação que estava pra chegar. Indica quem era o imperador de Roma, Tibério César, porque a região da Judeia naquele tempo havia sido tomada pelo império romano. O povo judeu se dividia em alguns grupos. Alguns contrários à ditadura romana, outros mais dispostos a conviver com o domínio. E as lideranças religiosas judaicas continuavam existindo. Por isso fala dos sumos sacerdotes Anás e Caifás. Na verdade, existia apenas um sumo sacerdote, Caifás. Anás era sogro de Caifás, e havia exercido a liderança antes dele. Por ser bem avançado na idade, havia se retirado da função, mas ainda exercia certa influência. Por isso, é citado junto de Caifás.
Lucas quer deixar bem evidente a inspiração de Deus, pela qual João Batista sentiu-se chamado à missão de convidar o povo à conversão. O rito do batismo não foi invenção de João. Eram muito comuns os rituais de banhos de purificação entre o povo judeu daquele tempo. Assim, o precursor de Jesus incentivava as pessoas a se purificarem de seus pecados através do batismo. E, a partir disso, buscar vida nova a fim de receberem a salvação de Deus.
A pregação de João Batista se baseava em escritos do Antigo Testamento, como Isaías (Is 40,3-5), que Lucas cita. O trecho é um convite a endireitar a vida porque, com a chegada do Salvador, todas as diferenças do mundo serão desfeitas. Por isso, fala de vale a ser preenchido e montanha a ser rebaixada.
A fala de Isaías pode ser interpretada também como indicação que, a partir do momento que os seres humanos se esforçarem por tornar o mundo mais justo, desfazendo as diferenças e agindo para que haja mais solidariedade, Deus apressará o acontecimento da salvação e o estabelecimento de Seu reino nesta terra.
O convite de João Batista ainda ecoa nos dias de hoje, onde tantas injustiças e diferenças precisam ser superadas para que o reinado divino de amor e paz possa se realizar. São muitas as pessoas que ainda não estão preparadas, não viveram sua necessária conversão, abandonando o pecado e descobrindo a graça da presença de Jesus, que já está no meio de nós.
Este trecho nos ajuda a refletir sobre nossa conversão. Estamos preparados para a segunda vinda, a vinda gloriosa, do Filho de Deus? Se ela fosse acontecer hoje, poderíamos nos sentir prontos? O que ainda precisa ser feito de nossa parte?
Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.
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